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Notícias

28/10/2024 - In Memoriam

Padre Genésio João Trevisan (1925-2013)

1.  Introdução

Creio que é muito importante recordar o nosso passado para vivermos melhor o presente e para estarmos mais abertos ao futuro, já que somos os mesmos que já vivemos, que estamos vivendo e que vamos viver. Bom conhecimento do passado mostra-nos os momentos bonitos e menos bonitos, os êxitos e fracassos, e tudo isto ajuda-nos a procurar viver melhor o presente e preparar-nos para um melhor futuro. E tudo isto é bonito, quando vemos à luz do amor e da comunicação de nosso Deus ou à luz da sua Palavra.

É importante e necessário para a nossa Província ter presente os coirmãos passados e os atuais, sem distinção de idade e raça, justamente para viver, trabalhar e testemunhar melhor no futuro. A grande saudade deixada pelo Pe. Genésio João Trevisan, que nos deixou no dia 28 de outubro de 2013, nos estimula a vê-lo e a apresentá-lo. Mas não é fácil tentar apresentar o nosso coirmão falecido, porque quase nada de si mesmo deixou escrito, e, além disso, recusou sempre escrever algo de si mesmo nos seus jubileus de prata e de ouro de ordenação. E, de fato, no arquivo da província, até 2001, só existem dele praticamente datas de nascimento, de formação, de ordenação e dos lugares em que trabalhou.

Valho-me nesta pequena biografia do testemunho de alguns coirmãos, de pessoas que viveram e trabalharam com ele ou que foram especialmente ajudados por ele. Sua longa vida foi muito atuante, quer como sacerdote, quer como professor e reitor e orientador do Ginásio Antônio Reis, em Faxinal do Soturno (RS).

2.  Sua família

Grande dom de Deus é uma boa família cristã, e esta foi aquela do Pe. Genésio João. Todo começo marca a vida. Seus avós vieram da Itália e a riqueza que trouxeram consigo foi o amor a Jesus Cristo, à Mãe de Deus e à Igreja de Cristo, riqueza que partilharam com seus filhos e netos.

Genésio João nasceu no vilarejo de Faxinal do Soturno (RS), no dia 11 de agosto de 1925, quando era capela da Paróquia São Marcos de Novo Treviso (RS). Seus pais foram Jacó Trevisan (1892-1962) e Amábile Da Ros (1896- 1986), e tiveram dez filhos: 6 homens e 4 mulheres.

Eram bons cristãos, amavam e estimavam os sacerdotes, valorizavam os sacramentos e a catequese. Rezavam muito pelas vocações sacerdotais e religiosas para o bem da Igreja de Cristo. Deus ouviu a sua oração e quis que a maior parte dos seus filhos se consagrasse totalmente a Ele e à Igreja. Quatro dos seus seis filhos homens se tornaram sacerdotes palotinos: Alberto, Bernardino, Sisto e Genésio. O filho Albino, por um tempo, foi Irmão Marista. Dalson casou-se e vive e trabalha em Faxinal do Soturno. As quatro filhas de Jacó e Amábile estão vivas: Eufrásia é viúva e está em Faxinal do Soturno. Bernadete e Iriema são Irmãs de Maria e estão em Londrina (PR), e Leocádia é Irmã de Maria, em Santa Maria (RS). Alberto foi Superior Provincial (1959-1962), capelão militar e paraquedista e também bispo militar.

Mas a irmã morte visitou com frequência a família Trevisan. Padre Sisto, com apenas 51 anos (1927-1978), foi atingido e vencido por um doloroso câncer. Dom Alberto (1917-1998) faleceu quase de surpresa. Bernardino (1923-2011) foi violenta e mortalmente atropelado por um carro, em Santa Maria. E Genésio (1925-2013) também causou surpresa, embora tenha vencido em alguns meses a idade do seu irmão Bernardino que não chegou a completar 88 anos.

Em 2008, Padre Genésio falava assim da sua família: "Meus progenitores, Jacó e Amábile, são falecidos. Somos em dez filhos, seis homens e quatro mulheres. Eu acho que todos eles puderam se dedicar à vocação, à realização como pessoas humanas. Podemos dar graças a Deus que tivemos bom aproveitamento na época em que vivemos, quando tudo era mais difícil. A maioria teve boa oportunidade de estudo e formação.

Em segundo lugar, de modo geral a família é o básico para a sociedade. Quando há boa estruturação, podemos contar que haverá uma sociedade harmoniosa, serena, onde dá gosto de conviver. Quando a família se desorganiza ou é deixada de lado, infelizmente, vamos encontrar muitas coisas que não são agradáveis na sociedade. Hoje todos reclamam contra violência, falta de amor entre si, respeito e isso muitas vezes, tem sua raiz na família que se desestruturou. A família é base para todo o progresso, para o bem-estar da humanidade" (INTE-GRAÇAO Regional, 11-17.04.2008, p.3).

3.  Sua educação humano-sacerdotal

Apesar dos limites sociais e econômicos da sua época, podemos dizer que Genésio teve uma boa educação e um bom ensino científico, espiritual, filosófico e teológico. A sua educação humana começou em casa. Prefiro falar de educação que de formação. Formação significa dar forma ao que carece de forma, ao passo que educação significa ajudar alguém a descobrir e especialmente a desenvolver o que recebeu ao nascer ou o que vai recebendo e assumindo. A educação ajuda-nos a localizar-nos e a relacionar-nos bem com o que, de muitos meios e modos, nos é dado e oferecido.

Genésio começou a sua educação escolar fundamental, em Faxinal do Soturno, no ano 1934, e completou-a em Vale Vêneto (RS) em 1937, quando entrou no Seminário Rainha dos Apóstolos. A partir do ano 1935, os estudos ginasiais palotinos eram feitos no próprio Seminário de Vale Vêneto, ao passo que antes eram feitos em São Leopoldo (RS) e em Santa Maria (RS), no Seminário Diocesano, de 1926 em diante.

Em Vale Vêneto, Genésio fez o curso ginasial, de 1938 a 1941, e o colegial, de 1942 a 1943. Os cursos ginasial e colegial eram bastante amplos e também exigentes: seis anos de latim, vários anos de grego, vários anos de italiano e de francês, geografia, história do mundo e do Brasil, matemática, geometria, literatura e exercícios de leitura, redação e locução. E o tempo era bem distribuído e também aproveitado, graças também a professores capazes e exigentes. Genésio terminou os seus estudos em Vale Vêneto, no fim de 1943, e, em 1944, fez o serviço militar.

Um momento muito importante da sua educação foi a sua iniciação na vida comunitária palotina, isto é, o seu noviciado. De 1923 até 1938, o noviciado palotino era feito em Vale Vêneto, mas, em 1938, passou a ser feito em São João do Polêsine (RS), então capela de Vale Vêneto, e lá esteve até 1945, quando foi transferido para Cadeado, hoje Augusto Pestana (RS). Por que esta sua transferência para Cadeado?

No ano 1941, a Província Nossa Senhora Conquistadora abriu no noviciado de Polêsine o Curso de Filosofia para os seus seminaristas maiores. Até aquele ano, eles faziam os estudos filosóficos no Seminário Central de São Leopoldo dirigido pelos Jesuítas. Graças às Missões Populares, iniciadas pelo Pe. Celestino Trevisan em 1936, houve uma forte renovação da vida cristã nas nossas paróquias e também um despertar de muitas vocações sacerdotais e religiosas. E ao Curso de Filosofia em Polêsine, começaram a chegar alunos da Província São Paulo Apóstolo e também da Argentina e do Uruguai, e a casa de Polêsine ficou incapaz de acolher todos. Por isso, pela metade de 1945, os Superiores resolveram transferir o noviciado para o Colégio Santo Alberto, em Cadeado, então município de Ijuí (RS). O Colégio Santo Alberto tinha sido construído pelo Pe. Francisco Burmann (1868- 1945) que era o pároco da Paróquia São José e faleceu em 10 de dezembro daquele ano, quando Genésio estava lá como noviço.

Feito o primeiro ano de noviciado em Cadeado, os noviços fizeram o seu segundo ano no Seminário Maior de Polêsine, em 1946, quando iniciaram também o curso de filosofia que durou até o fim de 1948.

Em 1948, a Província Nossa Senhora Conquistadora abriu no Seminário Maior de Polêsine o Curso de Teologia e Genésio fez todos os estudos teológicos naquele seminário, de 1949 a 1952. Foi ordenado sacerdote no fim do terceiro ano de teologia, isto é, em 30 de dezembro de 1951.

Os anos de filosofia e teologia em Polêsine foram muito importantes para Genésio e seus companheiros. Havia um bonito clima de estudo e também de alegria e entusiasmo humano-religioso em todos. Era o grande centro da Província e estava fortemente envolto no espírito missionário despertado nas paróquias pelas missões populares e também por muitos retiros espirituais. Graças ao trabalho dos missionários, o seminário contava com muitos cooperadores espirituais e temporais e este sentir-se ajudado espiritual e materialmente é sempre gratificante e também estimulante. Os párocos palotinos tinham bom contato com o Seminário Maior e também com o Seminário Menor de Vale Vêneto.

Havia também grande desejo de conhecer e amar Vicente Pallotti e de torná-lo mais conhecido e amado. Porém a falta de literatura os impossibilitava de tal desejo. Havia também boa campanha de orações pela sua beatificação, que aconteceu em 22 de janeiro de 1950.

A partir de 1947, desabrochou e cresceu também grande amor ao Movimento Apostólico de Schönstatt, graças à inauguração do Santuário- Tabor em Santa Maria, em 11 de abril de 1948, e aos encontros de educação espiritual com o seu fundador, Pe. José Kentenich (1885-1968). Pequenas capelinhas do Santuário foram também construídas em quase todas as paróquias palotinas e tornaram-se pequenos, mas importantes lugares de peregrinação e de oração. Graças ao crescimento do Movimento Apostólico de Schönstatt na Província também os nossos seminários foram especialmente abençoados e deles se irradiou muita vida no povo cristão. Aos domingos, os seminaristas de Polêsine tornaram-se os grandes catequistas das populações vizinhas.

Tornando-se o Seminário Maior de Polêsine também interprovincial e internacional os Superiores decidiram construir um grande seminário maior internacional em Santa Maria que foi inaugurado em 1 de maio de 1958. É pena que os alunos do Seminário Maior de Polêsine tenham escrito muito pouco sobre aquele belíssimo período. Certamente, não se pode escrever uma boa história do Seminário Maior de Santa Maria, deixando de lado a sua história em Polêsine. Todo o povo de Polêsine sentiu muito a saída do Seminário Maior.

4.  Sua atuação sacerdotal

Junto com os padres Claudino Magro (1920-2019), Achylle Alexio Rubin (1926-2018), Vergílio Costa Beber (1922-2019), Octávio Bortoluzzi (1926- 2012), Genésio João Trevisan (1925-2013) foi ordenado sacerdote, na Paróquia de Nova Palma, no dia 30 de dezembro de 1951, na Capela de Linha Sete (Vila Cruz). Naquela época, os diáconos religiosos, que tivessem a idade de 25 anos e tivessem feito a profissão perpétua, podiam ser ordenados no fim do terceiro ano de teologia. Por isso, Pe. Genésio foi ordenado no fim do terceiro ano de teologia e fez o quarto ano já como sacerdote.

A sua presença e trabalho de padre foram no Rio Grande do Sul e no atual Mato Grosso do Sul. Seu primeiro trabalho foi em Faxinal do Soturno. Nos anos 1953-1954, trabalhou como professor no Pré-Seminário São José, em Faxinal do Soturno, e, durante esse tempo, foi também coadjutor na respectiva Paróquia São Roque.

No ano 1954, a Província Nossa Senhora Conquistadora entrou no sudoeste do Paraná e no sul do Mato Grosso. Se em Palotina os padres palotinos acompanharam os gaúchos e catarinenses, que estavam em busca de novas terras, no Mato Grosso do Sul, acompanharam os nordestinos vindos do norte e do centro do Brasil em busca das terras prometidas. As primeiras casas missionárias palotinas foram em Amambai, em Dourados, em Vicentina, em Glória de Dourados e em Fátima do Sul.

Em 1955, o Reitor Provincial Casimiro Tronco (1904-1980) enviou o Pe. Genésio para a Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, em Amambai, onde esteve até o fim de 1960. Era uma paróquia muito extensa, pois vinha até à margem do rio Paraná e chegava perto de Ponta Porã. Além de muito extensa, era muito pobre, de muita violência, sem boas estradas e sem meios de transporte além do lombo de burro. Em Amambai os padres nem conseguiam visitar anualmente todos os grupos da paróquia. Eles experimentaram a pobreza e os limites físicos da pessoa humana. Sentiram isso na alimentação, no vestuário, na própria cama atacada por mosquitos, baratas e ratos. Segundo ele, muitas vezes eles matavam a fome com uma espiga de milho ou uma raiz de mandioca.

Além de trabalhar na paróquia, Pe. Genésio trabalhou muito na educação. Os padres palotinos que vieram ao Brasil em 1886, além do trabalho paroquial, tiveram que dedicar-se à educação, e isto significava também construir a própria escola, mantê-la, dirigi-la e também nela ensinar. Em 1956, Pe. Genésio fundou, em Amambai, a Escola Primária Três Vezes Admirável da qual foi diretor e professor. Também em 1960, foi membro fundador e diretor do Ginásio Dom Aquino Correa e, naquele mesmo ano, manteve o primeiro curso de admissão ao ginásio. Também o trabalho social esteve muito presente no seu ministério sacerdotal.

Durante este breve tempo, em Amambai, Pe. Genésio com seu modo de ser e de trabalhar, com seu modo de receber e tratar as pessoas, de visitar e servir as famílias e as pequenas comunidades, conseguiu conquistar aquele povo. E quando o povo soube que ele, em 1961, seria transferido para Brasília (DF), tomado de grande pesar, pediu e suplicou ao seu Superior - que era seu irmão Alberto Trevisan - que não o tirasse de Amambai, claro sinal de que ele conquistara aquele povo. E as autoridades civis e militares de Amambai mandaram o seguinte telegrama ao Reitor Provincial:

"Provincial Padre Alberto Trevisan, a população de Amambai, representada (pelas) pessoas abaixo assinadas, sinceramente sentida (em) virtude (da) noticia (da) transferência (do) padre Genésio Trevisan, vem respeitosamente apelar a Vossa Reverendíssima (no) sentido (de que) seja examinada (a) possibilidade (de) cancelamento (da) transferência (do) referido sacerdote, cuja permanência nesta cidade é considerada imprescindível face (às) inúmeras iniciativas (que ele) vem levando (a) efeito (no) setor (da) assistência social e educacional. Padre Genésio Trevisan, além da estima e confiança, (que) desfruta perante (a) opinião pública em geral, é diretor (do) único ginásio existente nesta cidade, vindo o seu afastamento (vai) acarretar sérios transtornos (a) organização (do) aludido ginásio. Na esperança de que este apelo, nascido espontaneamente dos corações destes que se julgam intérpretes dos sentimentos do povo amambaense, encontrará ampla receptividade junto (a) essa veneranda Província a que pertence o ilustre religioso, subscrevem-se respeitosamente".

Embora Pe. Alberto Trevisan não tenha acedido ao pedido do povo de Amambai, certamente teve emoção, ao perceber a admiração e o carinho que aquele povo tinha para com seu irmão Genésio. Também ele, na sua carta de 29 de fevereiro de 1960 aos signatários do telegrama (na pessoa de Nilo Luiz de Oliveira, coletor federal de Amambai), reconhecia as qualidades do seu irmão:

"Somente agora chegou às minhas mãos o atencioso telegrama com que a população de Amambai, representada pelos seus mais qualificados elementos, solicitava a permanência do R. P. Genésio Trevisan à frente dessa paróquia. Fico muito grato à coletividade amambaense, e em particular aos signatários do telegrama, pela prova de alta estima e consideração em que tinha o P. Genésio.

O dito sacerdote encontra-se em nosso meio, preparando a viagem para Brasília, onde passará a representar a nossa Província e desenvolver seu frutuoso ministério. Creio que o povo de Amambai se sentirá muito honrado ao considerar que seu antigo pároco foi promovido para a nova Capital da República e nos relevará qualquer mágoa que lhe possa ter causado a transferência do dito sacerdote. Também a nós causou pesar o ter de tomar tal medida, mas a importância da nossa Capital e as altas qualidades do P. Genésio, que o tornam elemento altamente capaz de enfrentar as dificuldades de uma fundação em seus inícios moveram o Governo Provincial a designá-lo para o novo posto.

Certo de que o povo de Amambai terá toda compreensão para nosso gesto e continuará a nos honrar com sua estima, renovo as expressões de reconhecimento pela alta estima e carinho tributados ao R. P. Genésio Trevisan.

Com pedido de se fazer de intérprete de meus sentimentos junto dos demais signatários do telegrama e do povo dessa comuna, subscrevo-me atenciosamente - P. Alberto Trevisan" (Em: Informações Palotinas, n° 2- Dezembro 2001, pp. 180-181).

Como não foi possível ter uma paróquia em Brasília, Pe. Genésio trabalhou na primeira metade de 1961, em Porto Alegre (RS), como capelão dos hospitais Lazaroto e Cristo Redentor, e como professor no Instituto Pallotti. Na segunda metade daquele mesmo ano, foi diretor e professor no Pensionato em Faxinal do Soturno, em lugar do Pe. Sisto Trevisan, seu irmão, que tinha sido transferido para os Estados Unidos.

De 1962 a 1971, ele foi Diretor do Pré-Seminário São José, em Faxinal do Soturno e, além disso, no ano de 1963, ingressou no magistério Estadual. Em 1965, foi também Vice-Diretor do Colégio Estadual Dom Antônio Reis e, de 1967 até 1972, também o seu Diretor. Nos anos 1965-1969, frequentou a Universidade Federal de Santa Maria e tornou-se bacharel em geografia. De novo, de 1975 até 1982, foi o Vice-Diretor do Colégio Dom Antônio Reis, quando decidiu aposentar-se.

Ao cessar o magistério, Pe. Genésio dedicou-se ao trabalho pastoral, sem renunciar ao seu saber e experiência de educador. De 1986 até 1988, trabalhou como pároco na Paróquia São Roque, em Faxinal do Soturno. E em 1988, retornou ao Mato Grosso do Sul e trabalhou na Paróquia Rainha dos Apóstolos em Vicentina (MS): em 1988, como coadjutor e, de 1989 até 1997, como pároco e, de 1998 até 2000, como seu coadjutor.

Ele gostou de marcar presença e de trabalhar no início da missão sul- matogrossense, em Amambai (1955-1960), e também no seu crescimento e maturação, em Vicentina (1988-1990). Mas começou a sentir a limitação de suas forças e, consequentemente, a necessidade de cuidados médicos e por isso, no fim de 1999, desejou retornar ao Rio Grande do Sul.

Em 2000, esteve como ecônomo no Colégio Máximo Palotino em Santa Maria. De 2001 a 2007 trabalhou como coadjutor na Paróquia Santa Cecília, em Humaitá (RS). No fim de 2007, quando a Paróquia Santa Cecília foi devolvida à diocese de Frederico Westphalen, Pe. Genésio veio para a Paróquia São Roque, em Faxinal do Soturno, onde esteve como coadjutor até abril de 2013, quando veio para Santa Maria e fez parte da comunidade Caetano Pagliuca, no Patronato.

Será muito difícil escrever a história do seminário, do ginásio, da paróquia e também de Faxinal do Soturno sem levar em consideração a presença e a atuação do Pe. Genésio Trevisan. A sua longa e rica vida foi também marcada pelo sofrimento. Nos últimos anos, sofreu a perda de uma vista, um elemento de suma importância para uma pessoa. Muitas vezes esteve hospitalizado e teve que valer-se de médicos e enfermeiros. Sentiu a diminuição de suas forças e, consequentemente, a limitação de suas importantes atividades. Mas grande e doloroso sofrimento foi para ele, além de seus pais, a morte dos seus três irmãos sacerdotes, especialmente aquela do seu grande irmão Bernardino, em 2011, e a de seu sobrinho Volnei Trevisan em 4 de janeiro de 2013.

 5.  Seus últimos dias, morte e sepultamento

Pe. Genésio sentia-se bastante bem na Comunidade Caetano Pagliuca e participava em todos os momentos importantes da comunidade e sua inteligência desconhecia velhice. Era perspicaz na audição e captação das ideias e na respectiva apreciação e resposta. Mas as últimas semanas de outubro ultimaram a sua vida terrena. Ao sentir dores na barriga, no dia 20 de outubro foi levado ao hospital onde foi submetido a uma cirurgia de apendicite já perfurada. Na quinta-feira sofreu forte pneumonia, no sábado ainda ouvia, mas não falava e, no domingo, dia 27, teve intubação e coma induzido e, nas primeiras horas da tarde do dia 28, deixou esta vida e para reencontrar-se com seus irmãos noutra vida.

Seu corpo foi velado na Capela da Comunidade Caetano Pagliuca, no Patronato, e foi visitado e enriquecido com a oração de muitos sacerdotes, religiosas e leigos. Nela houve uma celebração eucarística, à noite do dia 28, e outra às 8 horas do dia 29, depois da qual, o corpo foi levado à Paróquia São Roque, em Faxinal do Soturno, onde, às 15 horas, houve a grande missa de despedida.

A igreja da Paróquia São Roque não acolheu todos os que vieram rezar por ele e despedir-se nele, inclusive grande número de professores e estudantes. A celebração eucarística foi presidida pelo Pe. Clesio Facco e contou com a presença de todos os padres da Comunidade Local de Cachoeira do Sul, de Vale Vêneto, de São João do Polêsine, de Dona Francisca e de Faxinal do Soturno, e de muitos das Comunidades Locais de Santa Maria. Além da bonita homilia do presidente, dos cantos e preces, houve breve exposição da vida do falecido e importante testemunho dele dado por pessoas da paróquia e dos educadores.

Após a celebração e as orações de despedida de Faxinal do Soturno, o corpo do falecido foi levado para o cemitério palotino de Vale Vêneto, onde foi confiado à terra, no meio de muitas flores e coroas que expressam o agradecimento e o carinho dos que conviveram e trabalharam com ele e por ele também foram ajudados.