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03/10/2025 - Notícias

Leandro Carlos Benetti é ordenado diácono em Cascavel

Na noite desta sexta-feira (3), a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro Santa Felicidade, em Cascavel (PR), aconteceu um momento histórico e de fé: a ordenação diaconal de Leandro Carlos Benetti, realizada pelas mãos de dom José Mário Scalon Angonese, arcebispo de Cascavel.

A celebração reuniu padres, seminaristas, familiares, amigos e fiéis vindos de diferentes regiões, que acompanharam com emoção o rito que marca uma nova etapa na vida vocacional do agora diácono.

Durante a homilia, dom José destacou a missão do diaconato como serviço à Igreja e ao povo de Deus, convidando Benetti a viver seu ministério com alegria, simplicidade e entrega. A celebração contou com forte participação comunitária, marcada por cantos, orações e manifestações de carinho.

Em seu discurso de agradecimento, Benetti expressou profunda gratidão a Deus, à família, à congregação palotina e às comunidades que fizeram parte de sua caminhada vocacional, no Brasil e em Moçambique, onde atuou em missão. Pediu ainda um presente especial aos presentes: “Continuem rezando por mim”, afirmou.

O diaconato é um passo importante rumo ao sacerdócio. A partir de agora, Leandro Carlos Benetti poderá exercer funções próprias do ministério, como proclamar o Evangelho, auxiliar nas celebrações litúrgicas, presidir batizados e abençoar casamentos.

A ordenação foi seguida de um momento de confraternização entre os presentes, marcando uma noite de fé, gratidão e alegria para a comunidade paroquial e família palotina.

Leia parte da mensagem de agradecimento do diácono Leandro Carlos Benetti:

""Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado" (Jo 13,34). Lembro que tudo foi muito bonito, mas também muito desafiador. Só pela graça de Deus.

Às vezes me pego pensando: Senhor, quantas graças e bênçãos recebi durante toda a minha vida. E agora, como posso agradecer? Como posso retribuir tantas graças?

Olhando para vocês, meus pais, senhor Reinaldo e dona Maria: vocês me deram a vida e me ensinaram a rezar. Pai, o senhor me ensinou o que é perseverança. Mesmo perdendo todos os bens materiais, nunca perdeu a esperança, a serenidade e a fé.

E a senhora, mãe Maria, se eu trabalhasse metade do que a senhora já trabalhou na vida, já ficaria contente de ter feito muito. A senhora me ensinou o espírito de serviço e de dedicação.

Dizer “obrigado” é pouco. Que eu possa ser ao menos um pouquinho do que vocês são. Agradeço também a toda a minha família, ao Gian Viana e a cada um de vocês. Jesus nasceu e cresceu em uma família; eu também, todos nós.

Eu, porém, tive a graça de ter duas famílias: a minha família de sangue e a família palotina. Como agradecer por tudo o que essa família me proporciona? Cada cuidado, cada ensinamento, cada colega, cada formador e superior. Nas alegrias e, sobretudo, nos momentos difíceis, sempre estiveram comigo.

Recordo, por exemplo, os colegas em Moçambique, especialmente o padre Cândido, que esteve comigo todos os dias em que estive na UTI, na África do Sul. Lembro que recebi lá a minha primeira unção dos enfermos, feita pelo próprio padre Cândido. Foi a primeira que ele realizou, e, como costumo dizer, ele “caprichou”, porque aqui estou, vivo e cheio de gratidão.

Nesses seis anos de caminhada, sempre me senti irmão entre os meus irmãos de congregação. Também guardo com carinho as comunidades que me viram crescer, como a comunidade São Luiz Gonzaga, às margens do Rio Piquiri. Foi lá que recebi catequese, vivi a fé, joguei bola, pesquei, aprendi a não esquecer das origens. Um amigo, certa vez, enquanto trabalhávamos no sol, me disse: “Leandro, quando tu fores padre, não esqueças deste dia e de nós”. Nunca esquecerei.

Recordo também a comunidade de Nossa Senhora da Salette, lugar de oração e peregrinação. A imagem que chegou lá foi fruto de uma graça alcançada diante de uma doença, a tuberculose. Assim como esse homem foi curado, eu também recorri à Mãe e fui curado. Lembro de ouvir do médico: “Não fomos nós”. Era um médico ateu, de origem chinesa, e ao ver o terço em minhas mãos, disse: “Quero esse objeto”.

Recordo com carinho meu trabalho na Paróquia São Vicente Pallotti e no Colégio Pallotti, em Porto Alegre, meu primeiro amor pastoral. Ali cresci humana e espiritualmente. Vi nos olhos das crianças a inocência e a alegria de aprender, e na comunidade, a acolhida e a amizade da fé.

Meus queridos, foi no dia 3 de fevereiro de 1999 que entrei no seminário. Desde aquele dia, coloquei no meu coração o desejo de ser missionário. Esse desejo se realizou em 22 de fevereiro de 2019, quando desembarquei em Moçambique. Na paróquia de São Maximiliano Maria Kolbe e no Seminário São Vicente Pallotti fui recebido calorosamente. Ali aprendi o valor da alegria cristã, do sorriso, do canto e da dança. Apesar de não terem muitas coisas materiais, eram imensamente felizes. Também aprendi o que tanto me faltava: a paciência.

E esta comunidade paroquial de Cascavel é para mim um marco histórico. Em 2005, no noviciado, eu disse ao padre Egídio: “Meu desejo não é ser padre, mas ser irmão”. Hoje, 20 anos depois, aqui mesmo em Cascavel, Jesus me chama a dizer mais um “sim”.

Como agradecer tanta acolhida, carinho e incentivo vocacional? Esta comunidade é grandiosa, toca o meu coração, minha vida e minha vocação.

Agradeço também a Dom José, que deixou outros compromissos para estar aqui e me conferir este ministério. E recordo que quem me crismou, em 1998, foi Dom Armando Círio, também bispo desta diocese.

Como diz o salmista: “Que poderei retribuir ao Senhor por tudo aquilo que Ele fez em meu favor?” Sinto o amor de Deus em todas essas pessoas e situações.

Por isso, a minha gratidão deve ser expressa em obras, como disse o bispo: não só nas mãos, mas também no coração.

Quero viver este ministério com a graça divina, a alegria da presença de Deus, o auxílio de suas mãos e em comunhão com todos vocês.

Queridos seminaristas, continuem firmes! Como dizia o padre Ângelo: “Já vi muita gente se frustrar seguindo outras pessoas, mas nunca vi alguém se frustrar seguindo Jesus Cristo.”

E se tudo isso ainda não bastasse, ouso pedir um presente a todos vocês: continuem rezando por mim. Que rezemos juntos pela Igreja de Cristo, para que aprendamos a amar-nos como Ele nos amou.

Por fim, faço minhas as palavras de São Vicente Pallotti: “Que Deus mesmo recompense vosso zelo e vosso amor.”

Que Deus seja louvado e que todos nós sejamos sempre muito abençoados. Amém."

Por Pe. Judinei Vanzeto, SAC

Fotos: Pascom Paroquial