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Colégio Máximo Palotino: celebração de Reinauguração da Ala Sul

No dia 31 de maio de 2025, às 10h da manhã, foi celebrada solenemente a Santa Eucaristia na Capela Cristo Apóstolo do Eterno Pai, situada no Colégio Máximo Palotino, em Santa Maria – RS. A celebração marcou um momento profundamente significativo na vida da comunidade formativa palotina, com a bênção da reinauguração da casa de formação, especialmente de sua Ala Sul, após um processo de revitalização que resgata e atualiza a missão formativa do local.
A celebração foi presidida pelo Reitor Provincial da Sociedade do Apostolado Católico (Padres Palotinos), Pe. Gilberto Antônio Orsolin, e concelebrada pelo Pe. Jurandir Goulart Soares, reitor da casa de formação, pelo Pe. Alison Valduga, vice-reitor, por diversos padres da região, e pelo Monsenhor Clésio Facco, SAC. Estiveram presentes seminaristas, Irmãs Palotinas, amigos, benfeitores e membros da comunidade, que se uniram em oração e ação de graças por esta etapa renovadora da vida provincial.
Rendemos graças a Deus pelas diversas conquistas que Ele tem proporcionado à nossa Província, que leva o nome de Nossa Senhora Conquistadora. Entre essas conquistas está o Colégio Máximo Palotino, que hoje será reinaugurado em sua Ala Sul, destinada à formação.
Em uma trajetória de dedicação por parte dos padres e irmãos palotinos, “aos dezessete dias do mês de maio de mil novecentos e cinquenta e três, domingo, festa da Imaculada Mãe de Deus, Rainha dos Apóstolos”, foi lançada a pedra fundamental para a construção do Colégio Máximo Palotino.
A decisão da construção se deu após diversas reuniões, pois o Colégio Máximo foi pensado para ser um centro de formação palotina sul-americano. Por isso, participaram das decisões representantes das jurisdições sul-americanas. Na reunião de 20 de fevereiro de 1952, realizada na Casa de Retiros, ficou decidido que o local da construção seria Santa Maria/RS, sob responsabilidade da Província Nossa Senhora Conquistadora, e que os seminaristas, independentemente da região, estudariam ao menos a teologia nesse seminário.
Lançamento da pedra fundamental
Como bem sabemos, sua construção ocorreu em um período histórico, social, eclesial e político muito particular, e é interessante recordar algumas situações e personalidades que exerciam cargos significativos naquele momento. Por exemplo, era o terceiro dia desde a instalação do nono Capítulo Geral da Sociedade do Apostolado Católico. O Sumo Pontífice era o Papa Pio XII. O Cardeal Primaz do Brasil era Dom Augusto Álvaro da Silva, Arcebispo de Salvador, na Bahia. O Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro era Dom Jaime de Barros Câmara. O Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre era Dom Vicente Scherer. O Bispo Diocesano de Santa Maria era Dom Antônio Reis. O Reitor Geral da Sociedade do Apostolado Católico era o Pe. Alberto Turoski. O Reitor Provincial da Província Nossa Senhora Conquistadora era o Pe. Benjamim Ragagnin. O Vigário da Paróquia das Dores era o Pe. Ângelo Bisognin, SAC. O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil era Dr. Getúlio Dorneles Vargas. O Governador do Estado do Rio Grande do Sul era o Gen. Ernesto Dorneles. O Prefeito Municipal de Santa Maria era o Cap. Heitor Silveira Campos. A bênção e o lançamento da pedra fundamental foram realizados pelo Bispo Diocesano, Dom Antônio Reis, com a presença de diversas autoridades políticas, religiosas, militares, bem como dos padres e irmãos palotinos.
Após o lançamento da pedra fundamental, os trabalhos continuaram com força e esperança para levantar o imponente seminário no morro do Cerrito. O nome Colégio Máximo Palotino, segundo Pe. Dorvalino Rubin, foi indicado pelo Bispo Dom Victor Sartori, em conversa com o então Provincial Pe. Valentim Zamberlan. Isso porque, segundo o bispo, o termo “seminário” era exclusivo para o Seminário Diocesano de Viamão. O nome Colégio foi inspirado nos jesuítas, que, em tempos passados, tinham uma escola superior de formação com o nome de Colégio Máximo. Para evitar complicações com essa autoridade eclesial, o nome foi logo aceito por padres e seminaristas.
A construção do Colégio Máximo foi impulsionada pela preocupação dos palotinos em formar seus estudantes para a vida consagrada e sacerdotal, além da falta de espaço no seminário de Polêsine. “Há muito tempo que os padres palotinos vinham lutando com a falta de espaço no Seminário Maior em Polêsine. Tornava-se urgente uma solução. E esta veio com a decisão de se construir uma nova casa em Santa Maria.”
Concórdio Dotto relata que, certo dia, em 1951, logo após o café da manhã, o Pe. José Stefanello, o Pe. Benjamin Ragagnin, o Pe. Máximo Trevisan, Laudelino Viegas e ele próprio dirigiram-se ao Cerrito a fim de fazer uma análise do local para o novo seminário. “Andamos entre capins, capoeiras e unhas-de-gato. Estudamos o movimento do sol, no inverno e no verão; os ventos, o minuano e o norte; consideramos a posição da cidade e, diante desses fatores, procuramos definir, mais ou menos, onde poderia ser iniciada a construção [...]”.
Em carta datada de 1958 ao Consultor Geral, Pe. Genésio Bonfada, lemos: “Os trabalhos de conclusão e equipamento do novo seminário estão bastante adiantados. Atualmente, além dos trabalhos de instalações, preparo da nova horta etc., que os seminaristas maiores estão realizando, os pedreiros lançaram-se ao reboco da parede externa do seminário. Dois tratores trabalharam vários dias na remoção de terra para alargar os pátios...”.
Ingresso solene
No coração do Estado do Rio Grande do Sul, no dia 1º de maio de 1958, inaugurou-se o Colégio Máximo Palotino, tendo como Reitor o Pe. Bernardino Trevisan, “10 padres professores, 41 estudantes de teologia e 32 de filosofia”. Na ocasião, Santa Maria comemorava seus 100 anos de existência e era carinhosamente chamada de “Princesa Universitária”. O Pe. Berlindo Iop, SAC, escreveu: “Neste ano centenário, a cidade de Santa Maria tem mais um motivo de se orgulhar. Novo estabelecimento de ensino superior surge em seu seio. Dada a alta finalidade do mesmo [Colégio Máximo], não receiamos afirmar ser o mais importante, a pérola mais rica que enfeita a gloriosa coroa de Santa Maria”. (...) “O edifício consta de três alas, em forma de ‘U’, tendo 81 metros de frente, 10 de largura e 60 de fundo, com quatro pisos.” Esta obra exigiu esforço e apoio de muitas pessoas e, por isso, somos agradecidos.
O ingresso solene no Colégio Máximo Palotino deu-se após as orações da manhã do dia 1º de maio e a renovação da profissão de três confrades da Província de São Paulo, na Capela Rainha dos Apóstolos, na Casa de Retiros, sendo oficiante o Reitor Pe. Bernardino Trevisan. Após o café, a comunidade dirigiu-se ao Santuário da Mãe Três Vezes Admirável de Schoenstatt, onde o Pe. Provincial Valentim Zamberlan benzeu o quadro-imagem da Mãe Rainha, levado em procissão e colocado na capela do Colégio Máximo. Após a chegada da procissão ao seminário, seguiu-se a bênção do altar e do crucifixo, com continuidade na celebração da missa. Depois da missa, houve a bênção da casa, do terraço e do poço. À tarde, foi recebida a imagem peregrina da Mãe Rainha, trazida pelo Sr. João Luiz Pozzobon, seguida da reza do terço.
Ao recordar tudo isso, brota em nós um sentimento de gratidão e alegria. Esta casa foi pensada e estudada para ser o que vem sendo desde sua construção: uma sementeira de vocações. O Colégio Máximo nunca deixou de ser valorizado pela Província. Desde 2021, a Província Nossa Senhora Conquistadora vem realizando o processo de releitura do carisma palotino, no qual os membros, em suas respectivas Comunidades Locais, tiveram a oportunidade de estudar, discutir e aprofundar diversas temáticas — entre elas, o próprio Colégio Máximo. No decorrer do processo, foram colhidas sugestões sobre como otimizar e revitalizar uma casa da imponência do Colégio Máximo, para melhor aproveitar sua estrutura, tão preciosa para todos os membros da Província, padres e irmãos, pelo seu valor histórico e formativo.
E o destino o Colégio Máximo hoje?
Depois da maturação da ideia, e levando em conta as sugestões dos membros, a Assembleia Provincial, realizada em Vale Vêneto no ano de 2023, trouxe novamente à pauta o destino do Colégio Máximo Palotino. Embora o tema já tivesse sido tratado em outras ocasiões, não havia até então uma decisão concreta para encaminhar o processo de revitalização. Contudo, foi nessa Assembleia que se aprovou a revitalização do Colégio Máximo, com base em um projeto geral para todo o prédio, a ser executado ala por ala, começando pela preparação da ala destinada à formação ordinária.
“A Assembleia Provincial delibera sobre a reestruturação do Colégio Máximo Palotino, Santa Maria/RS, devendo-se encaminhar reformas e readequações específicas, a partir de um projeto geral, possibilitando que ele seja a casa referencial da Província, com diversas funcionalidades, como: local para a formação ordinária (seminário) e permanente, ISEP, Casa Provincial, casa para os confrades de férias, casa de idosos e pessoas em tratamento (vinculadas à Província), padres de outras congregações e dioceses”.
A partir dessa decisão, o Conselho Provincial, juntamente com o ecônomo provincial, fez os devidos encaminhamentos para o início das obras de reestruturação da Ala Sul, na qual nos encontramos agora. Os responsáveis pelo acompanhamento da obra foram o Pe. Jurandir Goulart Soares, SAC (Reitor), Pe. Alison Valduga, SAC (Vice-Reitor), e Pe. Clésio Facco, SAC (Ecônomo Provincial). O arquiteto responsável pelo projeto foi Lucas Ruppelt, da RMU Construções. A empresa responsável pela execução da obra foi a BK Construções, de Santa Maria, com os engenheiros Nemésio Rossato e Ronildo Rodrigues, e o contra-mestre Carlos Eduardo Barros de Oliveira.
Inicio da restauração
Em março de 2024, iniciaram-se os trabalhos na Ala Sul, destinada à formação ordinária. Sua finalização parcial se deu em 31 de maio de 2025. O que foi reestruturado? No primeiro piso: a cozinha, a copa, o refeitório e um quarto. No segundo piso: o auditório e a Capela Apóstolo do Eterno Pai. No terceiro piso: 14 quartos (tipo suíte), uma sala de estudos, um oratório (cenáculo) e um espaço de convivência (camarim). O quarto piso manteve a mesma configuração do terceiro.
Somos profundamente agradecidos a Deus por termos chegado até aqui e poder testemunhar tal acontecimento. Agradecemos pelo empenho e dedicação de todos os que possibilitaram que esta obra fosse concluída.
“Que o Senhor conduza os vossos corações para o amor a Deus e a perseverança de Cristo” (2Ts 3,5).
Queremos, então, celebrar este dia com todos vocês aqui presentes e pedir a Deus, por intercessão de Maria, Rainha dos Apóstolos, e de nosso fundador, São Vicente Pallotti, que continue enviando vocações, para que esta casa siga cumprindo sua missão: formar evangelizadores idôneos, dispostos a cooperar na construção do Reino de Deus por meio de uma espiritualidade enraizada na humanidade que Cristo redimiu com Seu amor.
Pe. Alison Valduga, SAC
Vice-Reitor